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Longe desse Ti-ti-ti

13:56

Como eu já disse em algum outro post, eu sou noveleira. E como você já deve ter reparado (ou não), a novela Ti-ti-ti chegou ao fim. (Snif!)
Pode até parecer estranho fazer um post só para falar de uma novela, mas é isso mesmo que eu vou fazer. E farei porque Ti-ti-ti, sem dúvida foi a novela que mais fez eu me envolver, porque além de falar de moda, também falava de comportamentos e sentimentos. Quem me conhece sabe que eu não poderia deixar de me identificar com isso. Havia um pedacinho de mim em cada um daqueles personagens. (Ok, nem todos, mas quase todos).
Essa novela sem dúvida me ajudou muito a refletir e entender a coisa do mundo fashion e a influência que ele tem sobre os outros. Também apurou o meu lado crítico sobre o assunto e me inspirou a seguir em frente, mesmo que a minha opinião contrarie a maioria.
Então, aqui registro os meus sinceros agradecimentos à Maria Adelaide Amaral por ter resgatado dos anos 80 essa novela, ao Jorge Fernando por ter tornado ela tão incrível, a todo o elenco por terem dado vida ao personagens que tanto me ensinaram e enfim... Toda a equipe.
Só espero que, daqui 25 anos, façam uma versão ainda melhor de Ti-ti-ti, para eu poder ver de novo.
Obrigada!


E o post de hoje será explicativo.
Vou relatar aqui minhas reflexões e percepções sobre cada personagem que considerei importante, para que você, leitor, possa também tentar aprender um pouquinho com aquilo que muitas vezes está no nosso dia-dia. Não é necessário nem sair de casa para buscar algo que te faça crescer.



Mabi (Clara Tiezzi):Certa vez ouvi alguém dizer que os adultos aprendem mais com as crianças do que vice-versa. Apesar de estarmos falando de uma personagem, a Mabi certamente foi um exemplo para mim enquanto blogueira e fashionista. Apesar da sua identidade anônima, com seus textos críticos, Mabi balançava o mundo fashion com suas opiniões bem fundadas e totalmente ácidas. Sem dúvida a minha opinião sobre esse assunto é bem contrária da maioria (sem querer ofender) e uma pitada de sinceridade não faz mal a ninguém. Pessoas como a Mabi precisam mesmo existir para dar um "sacode" nas cabeças que acham que a moda vive dentro de uma bolha particular, onde só existe marcas e pessoas famosas.Quanto ao estilo, a Mabi já foi figura citada nesse blog por conta de sua criatividade e personalidade.
Lipe (David Lucas):
Na escola, a gente bem sabe o que pensar dos CDF's: tímidos, esquisitos, anti-sociais, caretas etc. O Lipe sem dúvida era um CDF, apaixonado pela literatura e história antiga. Sem dúvida também era tímido. Mas a novela mostrou a evolução desse personagem, sem que ele perdesse suas características principais. Quer dizer, quando Lipe se viu apaixonado por uma garota bem mais velha que ele, resolveu mudar para tentar conquista-la. Mudou tudo: Roupas, jeito, fala... Mas acontece que quando a gente assume um estilo que não é o nosso, tudo o que conquistamos é quem não enxerga além da nossa casca. Assim, Lipe encontrou o meio-termo. Terminou como ídolo teen e bem resolvido, sem precisar se livrar das suas paixões e seu jeito natural de ser.Seria muito bom se todos os ídolos teens fossem inteligentes, de fato e estilosos de verdade. Pense nisso, revista Capricho! Use garotos como o Lipe para a próxima edição de Colírios.


Camila Bianch (Maria Helena Chira)

No início da novela, a Camila representava muito bem aquilo que eu falo sobre o mundo da moda ser dentro de uma bolha. Apesar de ela ter um ENORME coração, ela não enxergava o que acontecia ao seu redor. A vida dela se resumia em compras, marcas, gente popular e rica etc. Um dia o mundo real caiu na cabeça dela e ela aprendeu a valorizar aquilo que realmente importa e a não se iludir com aquilo que é bonito por fora, mas oco por dentro.

A
cho que a Camila é o retrato dos colegas de profissão e pessoas que são interessadas em moda. Seria mesmo bom se o mundo caísse na cabeça de todos que são como ela era, porque isso a impulsionou a estudar moda (já que ela gostava tanto) e a entender os seus verdadeiros sentimentos. Cresceu e se tornou uma pessoa admirável, que qualquer um gostaria de ter por perto. Tudo isso sem precisar colocar de lado o seu hobbie por compras, o que eu preciso admitir, ainda bem! Porque se existiu um estilo impecável nessa novela, com certeza foi o da Camila. Linda demais!


Thaísa (Fernanda Souza):
A Thaísa passou a novela INTEIRA tentando se encontrar.

L
evou um fora do namorado galinha e resolveu adotar o estilo sexy (sexy até demais!), porque a visão dela era de que só as piriguetes se davam bem. Acontece que por mais que a Thaísa fosse doida para sair vestida de "Coelhinha da Playboy" na rua, ela não era uma piriguete.Depois que ela ouviu o pai falando (mentindo) para a mulher que queria conquistar que a havia adotado e que ela era filha de um caso passageiro da mãe dela com um qualquer, Thaísa resolveu investir no estilo dramático. Mas o fato era que por mais doida que ela fosse para sair fazendo manifestações na rua, ela não tinha nada a ver com o estilo dramático.No fim da novela ela se apaixonou por um cara certinho, que teoricamente não tinha nada a ver com ela, afinal, ela era toda doida demais. Mas nele acabou encontrando seu verdadeiro estilo, não só de se vestir, mas de viver.
No fim, a maluca era mais certinha, básica e romântica do que ela pensava.
A Thaísa, para mim, representa a maior parte da sociedade. Quando perguntamos "Qual é o seu estilo?" a maioria responde "nenhum" como se isso fosse motivo de orgulho, mas na verdade, é somente a prova de que você ainda não se conhece como deveria ou que está tentando enganar alguém, vestindo uma fantasia. 


Clotilde (Juliana Alves):Por falar em "vestir uma fantasia, para tentar enganar alguém"; é óbvio que você consegue enganar qualquer um através do seu visual, se você quiser. Clotilde entrou na novela exatamente para mostrar isso. Começou com um visual pacato, sem cor, tão sem vida que deixava qualquer um com dó. Se fez de coitadinha e seu figurino ajudou muito para manipular os outros. Quando se revelou uma mulher realmente poderosa, capaz de conseguir tudo o que quer, seu figurino mudou para vestidos estampados e coloridos. Um bom contraste. Fica a dica para quem quer manipular alguém. (Credo!)Mas tenho o dever de te lembrar: Você pode enganar qualquer pessoa, menos a si mesmo.
Amanda (Tayla Ayala):
Amanda era uma pessoa bem ambiciosa. Acreditava que não poderia ser feliz sem dinheiro. O seu maior sonho era casar com um cara rico.

Ela também era modelo, mas não gostava de fazer trabalhos pequenos. Pagava de  "estrelinha" e atormentava toda a equipe de trabalho: fotógrafos, figurinistas, maquiadores, cabeleireiros etc.

Aliás, está aí uma dica para você que é modelo: Se você tem mesmo vontade de brilhar, a humildade é o melhor caminho. A Amanda perdeu o emprego na Lugar Models por causa de sua arrogância e teve que procurar outra agência. 

Os profissionais sabem o que estão fazendo. Relaxe, faça seu trabalho e não meta o nariz onde não é chamado.

Enfim... De tanto procurar, um dia Amanda encontrou um cara rico e se apaixonou por ele. Sofreu de verdade quando ele terminou com ela.

E outro dia, também, Amanda descobriu que seu pai era um homem rico, porém que tinha feito sua mãe sofrer. Não quis nem um centavo do dinheiro dele.

E então, ela descobriu que o dinheiro não faz a pessoa.

Afinal, Amanda não era tão interesseira quanto achava que era.

Começou a se dedicar ao trabalho e tentar conseguir o seu próprio dinheiro.

E a história dessa personagem só confirma o que eu sempre penso quando o assunto "só interesse" entra em questão: Ninguém suporta ficar ao lado de alguém SÓ por interesse.



Armandinho (Alexandre Slaviero):

O ogro que virou príncipe.

O Armandinho era machista, grosseirão e sem ambição nenhuma. Por conta disso, também não tinha uma auto-estima lá muito boa. Também era muito inocente e sempre era passado para trás em tudo.

Um dia, viu sua namorada seguindo seu caminho como modelo e não soube lidar com a situação.

Tomou todos os caminhos errados: engravidou a prima da namorada e teve que casar com ela, virou alcoólatra e viu sua vida se transformar em um inferno. 

Tendo que se virar de alguma forma, Armandinho largou os bares e virou modelo para comprar o leite da sua filha, mas essa não era sua vocação. Porém, conhecendo de perto esse universo, notou que seu machismo excessivo com a ex-namorada modelo não era necessário e se arrependeu de suas atitudes. Compreendeu que trabalho de modelo é tão sério quanto qualquer outro.

Armandinho nunca havia se conformado de ter perdido a ex-namorada, que já havia arranjado um outro namorado. Ele acreditava que se fosse rico, como o atual da ex, ela voltaria para ele.

Um dia, Armandinho descobriu que era herdeiro das Indústrias Bianch e o dinheiro lhe subiu a cabeça. Mas quanto mais ele se exibia por ser rico, menos a ex namorada gostava dele. Na verdade, a ex namorada gostava mesmo do seu atual.

Depois de sequestrar a ex-namorada e quase morrer em um naufrágio junto com ela, tomou jeito e resolveu tocar a vida. Voltou a estudar, começou a trabalhar e alcançou a auto-realização, inclusive com seu estilo.

Nunca confunda humildade com acomodação. Armandinho tinha medo das mudanças de sua vida, mas depois que as encarou de frente e da maneira certa, virou um verdadeiro príncipe.





Desirée (Mayana Neiva):

Tudo o que Desiréé queria era casar com o namorado e morar com ele em um "puxadinho", que ele estava construindo nos fundos da casa da avó.

Sua mãe, porém, não aprovava o namoro e o futuro que a filha havia escolhido.

Apesar do seu jeito desajeitado, certa vez, um estilista a escolheu para provar um vestido seu e ir vestida com ele a uma festa de divulgação. Desde então, Desirée foi disputada pelas mais diversas marcas e revistas, que queriam contratá-la.

Depois de ser convencida pela mãe, Desirée virou modelo da Lugar Models e começou a crescer profissionalmente.

Seu namorado, porém, não aceitava o seu trabalho e o rumo que sua vida estava levando.

Um dia, Desirée descobriu que seu namorado havia engravidado sua prima. Muito conservadora, ela terminou o relacionamento e começou a investir na profissão. 

Apesar de ter sofrido, tocou a vida e quebrou suas barreiras. A garota desajeitada havia subido no salto alto e se tornado elegante.

Além de tudo, se apaixonou novamente e encontrou a felicidade.

Nunca subestime uma pessoa, pois ela pode te surpreender. É que às vezes a vida escolhe para você uma vida que você nunca imaginou.





Stéfany (Sophie Charlotte):

Oh! Uma vilã apareceu na lista da Mia!

Mas há sim uma lição na história da Stéfany: Dinheiro não trás felicidade, mas compra muita coisa.

Stéfany só conseguiu assumir o seu verdadeiro estilo de se vestir quando conseguiu dinheiro.

Claro que não se deve seguir o exemplo dela, crianças, mas às vezes fica mesmo complicado se expressar, por meio das roupas, quando não se pode comprar aquilo que você se identifica. 

Portanto, não julgue o livro pela capa. Nem todo mundo pode ter aquilo que você tem. E não é em todo lugar que encontramos variedades para aquilo que a gente gosta.













Breno (Tato Gabus Mendes)

Quando jovem, tinha o estilo esportivo, era alegre, divertido, impulsivo... Até que um dia se tornou diretor de uma Indústria. A personalidade dele foi engolida pelo tempo e seu pensamento era somente voltado para o dinheiro. Não importa de que forma ele fosse parar em suas mãos, o importante era ser rico.

Quando descobriu que tinha um aneurisma cerebral inoperável, resolveu voltar as origens e curtir a vida e a família. Se tornou mais relax e abandonou o paletó.









Marcela (Ísis Valverde):

Aliás, muitas vezes o trabalho faz questão de detonar a personalidade da gente, né? O estilo da Marcela era lindo! Romântico, cheio de vestidos rodados, batas soltinhas, casaquinhos e sapatos de boneca. E no meio das reviravoltas que a vida dela deu, ela virou empresária e deu adeus a todas essas coisas. Começou a investir em um look mais sério, mesmo trabalhando em uma revista de moda. Uma pena! 

Entendo que alguns ambientes de trabalho necessitam de padrões, mas às vezes isso é imposto e tira até a identidade da empresa. Se você é chefe de alguma empresa que trabalha com moda, publicidade, design, fotografia ou qualquer tipo de arte, acredite... Não deixar os funcionários se expressarem também faz da sua empresa vazia.

Claro, que não é pra liberar os decotes, mini-saias e camisetas regatas masculinas. Mas acho que dá pra encontrar o meio-termo da coisa.





Mario (Luis Gustavo):

Ele passou a novela INTEIRA com a mesma roupa.

Quem não conhece (ou conheceu) alguém assim? Que tem o guarda-roupa igual ao da Turma da Mônica!

Mas mais uma vez o trabalho influencia na personalidade do personagem: Várias vezes durante a trama ele se fantasiou de Victor Valentim. Mas aí são outros quinhentos...



















Stela (Mila Moreira):

Essa era só para parar e admirar, mesmo. Não poderiam montar melhor uma personagem de personal stylist, sério! Elegantérrima!

Glória Kalil que fique esperta.































Thales (Armando Babaioff):

Ah, o Thales...

Bonito, gostoso, surfista de Saquarema, dono de uma grife de moda praia...

Que mulher não suspirou por ele, quando o viu pela primeira vez na novela?

Eis que a questão de estilo aqui, trata-se de estilo de vida. 

Thales era homossexual e tinha vergonha de assumir isso justamente por não ter o "padrão" estabelecido pela sociedade.

Afinal, quem foi que disse que homossexuais só podem ser cabeleireiros, maquiadores ou estilistas?

Aliás, quem disse que homossexual tem que dar pinta? Por que se homem gay não pode ter jeito de homem?

Eis que surgiu o Thales para levantar essas questões e no fim, ele conseguiu aceitar e assumir quem era. 







Jaqueline Maldonado (Claudia Raia):


O típico mulherão!

Bonita, fashion, talentosa e sensível. 

Apesar disso, Jaqueline deixou mais a marca de lição de vida, do que de estilo. Claro que estilo não faltou para a personagem, afinal, até o cabelo ela mudou no meio da trama.

Mas a Jaqueline era livre! Ela não tinha medo de ser feliz. Enquanto há tantos adolescentes querendo ter vida de adulto, resumindo a sua alegria em um copo de cerveja, Jaqueline mostrava que não há problema nenhum ser adulta e gostar de dançar Ilariê. Ela podia se divertir tanto em um buffet infantil quanto em um clube das mulheres. A criança interior dela era o que havia de melhor o personagem e não tem como não admirar alguém assim.





Jacques Leclair (Alexandre Borges):
Um dos três protagonistas da novela. Cafona como ele só, basicamente ele mostra que não adianta querer ajudar quem não quer ser ajudado. Ainda que todos falem que o estilo dele é ultrapassado, ele continua investindo no mesmo lencinho amarrado no pescoço. Como já disse uma vez nesse blog, vintage só é legal quando misturado com peças modernas, caso contrário, você pode parecer perdido no tempo. E assim era Jacques Leclair.


















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7 comentários

  1. Só comecei a ver do meio para o final da novela. E acredite comecei a ver porque meu namorado era viciado nesta novela. Vou sentir saudades dela também.

    Kisses

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  2. Você gostou mesmo.. Mas esqueceu de um dos mais legais o Ariclenes haha =)


    Bejo
    http://www.achadosdagrasi.blogspot.com/

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  3. Também curti TITITI e achei bacana a forma como retrataram os bastidores do mundinho da moda na novela... Além de torcer pelo amor da Marcela e do Edgar rss. Bjs, Marisa

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  4. Eu adorava a novela!
    E o final achei bem fofo!
    bjo bjo
    http://www.ciadoestilo.com.br/blog

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  5. Tambem gostei muito dessa novela,quando a primeira vez nao posso falar porque nao assisti.

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  6. Vou sentir saudades dessa novela, eu assistia sempre que podia...
    Amei o post, a análise de cada personagem, mto bacana mesmo!
    Bjo

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  7. Essa novela rendeu muita inspiração! Além de ser super divertida! Beijos, ladybird

    http://donajuuh.blogspot.com

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