Cada um no seu quadrado
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Um dia desses, estava assistindo o programa Didiabólico, da MTV e o tema do dia era algo do tipo "não invada o espaço alheio" e um dos exemplos que deram para a moça "espaçosa" foi a Dança do Quadrado.
Agora que essa música não é mais o hit do momento e não fere mais nossos cérebros com aquela coisa do chiclete, notei que ela é muito mais que uma simples zueira virtual.
Ser dono do seu quadrado espaço, hoje em dia, é luxo. Ética, meu bem, já era. Bobeou, você é esmagado e suas opiniões e valores pisoteados. Nunca o mundo foi tão diferente e padronizado ao mesmo tempo. Pouco importa o som que você curte ou o som que você odeia, ligarei meu rádio no último volume e você será obrigado a ouvir o que eu ouço. Não importa se você sofre de enxaqueca ou tem problemas para dormir, farei festas em minha casa e farei muito barulho durante todo o final de semana; e se você trabalha no domingo, o problema é seu. Pouco importa se você é jovem e gosta do Justin Bieber, você será massacrado por isso, como as fãs dos Backstreet Boys nos anos 90. Não interessa se você é idoso e nasceu numa época em que "amassos" em público e palavrões não eram normal, eu faço o que eu quero e aonde eu quero. Não interessa se você não é gostosa; e se você é gorda será ridicularizada pela vida toda. Não quero saber dos pobres que só tem fubá para comer, não quero saber dos vegetarianos, usarei um vestido feito de carne.
Esses e muitos outros pensamentos são tão comuns e a revolta por ter o espaço invadido é tão grande, mas ninguém se limita a ser mais ético e menos egoísta.
Há tantos estilos no mundo, mas o desejo pela padronização é enorme, mas entenda: Isso é impossível.
Portanto, fique e deixe cada um no seu quadrado. Pare de bancar o desentendido e dar desculpas esfarrapadas. Respeite o espaço alheio para ser respeitado também.
E se você quer "chocar", procure um galinheiro ou faça o trabalho direito, porque o que temos visto são muito mais atitudes ofensivas do que de fato impressionantes. Você sabe, existe uma grande diferença nisso: Eu não me impressiono nem um pouco com os bailes funks que meus vizinhos organizam, mas me ofendo com tamanha invasão e desrespeito.
Assunto encerrado?
Aguarde.
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